7.4.07

Náufrago de um poema adiado



Náufrago de um poema adiado,
dei à costa na curva de uma concha
onde me exilei.
A sombra de Teseu foi a cama
sobre a qual perdi a inocência das palavras,
com a boca possessa de barcos transparentes.
Há itinerários marítimos nos meus dedos,
insinuando viagens da memória,
à altura de todos os fascinios.
Labirinto abissal e sinuoso do pensamento.


Graça Pires
De Labirintos, 1997

3 comentários:

Anónimo disse...

olá graça, boa tarde. agradeço o seu comentário. palavras muito grandes para mim as suas... eu sou pequenina... bem haja! beijinhos.

Graça Pires disse...

Olá Alice.A sua expressão escrita é extremamente original. Todos temos a nossa própria voz...Visito com frequência o seu espaço, para ler o que escreve e o que escrevem os seus "convidados". Bem haja também. Beijos.

João disse...

aonde, algumas vezes, a poesia me encontra