30.1.07

Em silêncio

Manuel Alvarez Bravo

Em silêncio, sempre em silêncio,
as mulheres refazem o penteado,
que as mãos forasteiras
da noite desmancharam.
É a hora do romper do dia.
A cor da madrugada
quase que dói por dentro da pele.
E não fora a urdidura de mágoas
antigas, elas dariam, à paisagem,
o nome de um deus solar.


Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

1 comentário:

Dieter von Arx disse...

Danke für Ihren ausgezeichneten, liebevoll erstellten Blog