21.1.07

Em seara alheia



Fito-os porque se transformam. Eu estou
no atalho entre ondas. Apenas paro.
Não serei volúvel, de modo a despedir-me de símbolos de mar

e de terra. Estarei adormecida, atenta a ambos.
Tudo o que me corte ou se movimente como esse
alumínio de seres marinhos me faz arder do seu ardor.

Antecessores que modelaram as gáveas abandonaram-nas.
Fragas que desconheço. A minha contemplação estática
perante o mar. Desde o nascimento, sempre com a nau fixa
e o céu ocre, ondas que sobre mim se entrecruzavam.
A minha persistência no litoral. Ignoro, mas contemplo.
Fiama Hasse Pais Brandão
In: Novas visões do passado, Lisboa: Assírio e Alvim 1975

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